A conquista definitiva de Granada pelos Reis Católicos, em 1492, acabou na expulsão da dinastia dos nazaris e no fim da mesma. Ainda assim, a tradição artística árabe perdurou e desenvolveu-se a arte mudéjar. Este termo foi usado pela primeira vez por José Amador de los Rios em "El Estilo Mudéjar en Arquitectura", de 1859, que aproveitou a palavra árabe mudayyan que significa "aquele a quem foi permitido ficar", pois efectivamente foi o que aconteceu - após a Reconquista, os Reis Cristãos permitiram a permanência da população moura, estipulando-lhe um estatuto específico, através do pagamento de um imposto, onde lhe era mantido o direito à língua e religião próprias.
A arte mudéjar era praticada por artífices árabes e mouros em território cristão, sob encomenda cristã e em construções cristãs, mantendo contudo as características técnicas, formais e estéticas típicas da arte islâmica.
Esta arte ou estilo reflecte profundamente as influências das condições históricas em que foi desenvolvida, marcadas pela convivência e interinfluência entre povos judaicos, cristãos e islâmicos.
Foi praticada sobretudo na Espanha pós-Reconquista pela abundante mão-de-obra moura e pelo seu peculiar sistema de trabalho que utilizava materiais mais baratos, acessíveis e de grande efeito ornamental.
Na arquitectura mudéjar foram usados elementos estruturais tipicamente islâmicos como as torres-minaretes; os tectos com sistemas de armação em madeira, de tradição almóada; um fantástico trabalho de carpintaria; e composições formais e decorativas rítmicas.
Desenvolveu-se um novo tipo de igreja de planta basilical com três naves separadas por arcadas em ferradura, apoiadas em colunas, pilares ou pilares com colunas adossadas; torre sineira quadrada com estrutura de minarete e aberturas de vão duplo em arco de ferradura.
A partir do séc. XIII, por influência do gótico e da arte almóada, as igrejas passam a ter naves mais altas separadas por arcos apontados sobre pilares, coberturas em madeira e torres divididas exteriormente em corpos sobrepostos.
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